Em briga de homem e mulher, vamos sim meter a colher!
- Vanessa Sartor
- 31 de mai. de 2015
- 3 min de leitura
De acordo com a pesquisa feita pela revista The Lancet, uma e cada 14 mulheres no mundo ao menos uma vez em sua vida – já foi vítima de abuso sexual por alguém que não é seu parceiro. Já no Brasil os dados também revelam atrocidades: 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil e que, destes casos, apenas 10% chegam ao conhecimento da polícia, de acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2014. Na tentativa de barrar esses números, os grupos Feministas ganham forças entre os jovens.
O feminismo tem como objetivo defender e promover a igualdade de direitos de gênero na legislação, no planejamento e na implementação de políticas públicas entre raças, etnias, e principalmente, de gênero. O grupo discute, auxilia, e troca opiniões sobre os mais diversos abusos. Apesar de possuir a mesma base objetiva, o feminismo ainda possui três linhas diferentes internas: feminismo individual, liberal e radical. Para Lourdes Simões, representante da Marcha Mundial das Mulheres no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher do Governo Federal, hoje existe uma diversidade muito grande de grupos feministas que se organizam dentro das universidades. "Alguns são muito focados numa perspectiva mais investigativa e se relacionam com os movimentos buscando estudar e entender suas demandas e conquistas. E outros que, com este mesmo objetivo, transformam esta perspectiva em militância real de luta no movimento de mulheres.”
Na universidade

É o caso do MIA - Núcleo de Mulheres do IA, Frente Feminista da Unicamp, que surgiu após uma rica experiência com o Mês Contra o Machismo da Unicamp 2013, com a perspectiva de auto organizar as mulheres. “A gente tem que tirar o estigma de que o feminismo é um coisa ruim. Pode parecer uma ideia radical de primeiro momento, mas os homens são o grupo com o maior número de privilégios na sociedade e eles têm medo, porque o feminismo ameaça todos esses privilégios que eles sempre tiveram. Na realidade a gente só quer ter uma parte que a gente nunca teve. A liberdade sobre o próprio corpo é exemplo disso, ” explica L.Z., uma das organizadoras do coletivo. Por meio da internet e das redes sociais, os grupos têm se organizado, marcando encontros, discussões e realizando eventos. Porém, a participação masculina ainda é muito discutida, uma vez que algumas meninas se sentem retraídas a se expressarem na presença de outros homens.

Outro grupo feminista de Campinas, é o Coletivo Acácias, que surgiu após uma discussão em uma rede social entre os alunos da PUC-Campinas. O coletivo ainda é recente, e tem enfrentado barreiras na sua construção. “Eu acho que como qualquer movimento que foge do âmbito conservador acadêmico, vamos ter desafios de ter visibilidade lá dentro, com toda a certeza. Para a universidade não atrapalhar, ela vai fingir que o grupo não existe. Assim como já aconteceu com o Diretório Acadêmico. A gente vai ter que lidar com isso e passar por cima”, afirma uma das organizadoras Gabriela Halter. A participante do grupo Victoria Cócolo ressalta o preconceito no meio em que vive. “Se você fala que é feminista dentro da sala de aula, elas já te acham louca, por isso, o objetivo é mostrar que não é isso, e que todas sofrem com o machismo e trazê-las para o nosso lado”.
E você aí, quer saber mais sobre esse movimento? Deixamos um vídeo aqui embaixo para ajudar.
Ficou também interessado(a) em participar dos movimentos na universidade? É só entrar em contato pela página no Facebook do coletivo na Unicamp e na Puc-Campinas.
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